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Minha avó era a terceira filha de doze irmãos. Esse acontecimento se passou no estado da Bahia, por volta de 1948. Na época, minha avó tinha 17 anos. A família dela, incluindo tios e primos, costumava se reunir no quintal para produzir farinha de mandioca.
O trabalho era dividido entre todos: alguns colhiam a mandioca, outros a descascavam, e os demais realizavam as etapas seguintes. Parte do grupo ficava responsável por ralar a mandioca, enquanto outros espremiam a massa em sacos de pano para separar a parte sólida da água. Após a decantação, o líquido formava uma camada de amido no fundo das bacias, que, depois de seco, se tornava polvilho. A massa grossa era peneirada e levada ao forno, transformando-se na tradicional farinha.
Naquele dia, ao entardecer, a maioria das pessoas terminou seu trabalho e foi para casa. Como a farinheira ficava no quintal da casa onde minha avó morava, ela decidiu terminar sua parte por último.
Antes de partir, sua última tia a alertou:
— Olha, Dal (apelido da minha avó), estamos na Quaresma, e nesse período o lobisomem não precisa de lua cheia para se transformar. Eles gostam de vir até a farinheira para rolar no carvão do forno.
Depois desse aviso, a tia se despediu e foi embora. Seus pais e irmãos entraram em casa e fecharam a porta, enquanto minha avó continuou finalizando suas tarefas. No entanto, ela acabou se distraindo e perdeu a noção do tempo.
De repente, ela ouviu cachorros latindo e parecendo assustados a cerca de quinhentos metros dali. Ao olhar na direção dos latidos, avistou uma criatura se movendo e fazendo barulhos estranhos. A princípio, pareceu-lhe que o ser tinha grandes orelhas, que balançavam ao redor do rosto.
O barulho foi se aproximando, e minha avó ficou paralisada de medo. Pensou em correr para dentro de casa, mas temia ser detectada. Então, decidiu se esconder ali mesmo.
Quando o lobisomem chegou mais perto da farinheira, ela percebeu que a criatura não tinha, de fato, grandes orelhas. Na verdade, ele se locomovia apoiado sobre os cotovelos e, ao bater as mãos na própria cabeça, criava a ilusão de orelhas grandes balançando. Seus pelos eram claros, mas, ao chegar na farinheira, jogou-se no carvão quente do forno, ficando completamente escuro.
Após se sujar bem, a criatura saiu dali. Minha avó esperou até que o barulho de seus passos ficasse distante e, então, correu para dentro de casa.
Depois daquela noite, ela nunca mais ficou sozinha para finalizar o trabalho. Passou a fazer tudo com pressa e sair junto com os outros.
A minha avó sempre contava essa história na quaresma. Para ela, o lobisomem não era apenas um mito contado para assustar as crianças. A experiência foi real e a fez levar muito a sério as histórias sobre a Quaresma e seus mistérios.
Naquela época, não havia televisão nas casas, e as pessoas que moravam nos sítios não tinham acesso à rede de energia elétrica. A vida era guiada pelo ritmo do sol, e a escuridão da noite escondia mistérios e perigos que ninguém ousava desafiar. Muitas coisas aconteciam sem explicação, e quando os mais velhos contavam algo, não eram questionados, pois suas palavras eram consideradas verdades incontestáveis, e não meras histórias para assustar os mais jovens.
Sempre que a Quaresma chegava, ela fazia questão de alertar aos mais jovens sobre os perigos que, segundo ela, se escondiam na escuridão. Era um misto de respeito e temor pelo desconhecido.
Além disso, a experiência fortaleceu sua crença nas tradições e lendas populares, que, para muitos, podem parecer exageradas ou irreais. Mas para aqueles que vivenciaram algo fora do comum, como minha avó, esses contos carregam verdades inquestionáveis.
Até seus últimos anos, ela contava essa história para filhos e netos, sempre com o mesmo olhar assustado, como se revivesse aquele momento toda vez que falava sobre ele. E, mesmo que alguns duvidassem, ninguém se atrevia a desacreditar completamente, pois, no fundo, o medo do inexplicável sempre fez parte da natureza humana.
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